segunda-feira, 6 de março de 2017

Mentawai - aventura é seu sobrenome

E finalmente chegou a hora de partir pro nosso destino!

Marcamos um transfer bem cedo no Blue Point. Nosso vôo era as 7h da manhã e o aeroporto é longe do Bukit (a pontinha de Bali onde fica Uluwatu).

Chegamos no aeroporto e foi tudo bem tranquilo. O hotel preparou umas quentinhas de café da manhã e matamos ali no saguão mesmo. Tínhamos uma longa viagem pela frente. Todos os vôos pela Lyon Air.

Nosso primeiro vôo foi pra Jakarta. Gente, esses vôos internos da Indonésia são bem insanos. Os aviões estão sempre caindo aos pedaços, nunca tem serviço de bordo, dificilmente alguma orientação em inglês, mas vai na fé que dá certo. Tem muitos deuses por lá.

Jakarta já é outra vibe. Maioria muçulmana. Então, meu conselho é que você leve sempre um lencinho. Sou dessas viajantes que acho que devemos nos adaptar ao lugar e não forçar que eles entendam nossos hábitos. Chamo isso de respeito. Eu sempre viajo de vestido longo e lenço, ainda assim chamo muita atenção.

Mofamos um tempinho lá e pegamos outro vôo para Padang. Pense numa avião esquisito! Até poltrona faltava! Os viajantes mais estranhos que você respeita! E lá estávamos nós, os únicos gringos do vôo. Todos nos olhavam com aquela cara curiosa, sabe? E o tiozinho que sentou do nosso lado teimava em girar todas as saídas de ar condicionado pra ele. Fomos numa guerra até Padang! Graças a Deus nenhum dos dois vôos teve turbulência ou outro problema.

Chegando em Padang, ficamos esperando as malas. Demorou um bocado, o que sempre gera tensão, mas finalmente as pranchas saíram. Ficamos então esperando nossa malinha. Uma malinha só. Somos bem econômicos. Mas ela não saiu. A esteira parou. Gritamos pela portinha com nosso bahasa indonesia bem fraco. Não havia mais bagagem. Fomos ao guichê da empresa. ninguém falava inglês. Desespero.


Sabíamos que não poderíamos esperar porque tínhamos que pegar a balsa pra Sikakap, e essa tal balsa só sai duas vezes por semana, então não dava pra perder. Como compramos o pacote do Macaronis resort, haveria um motorista pra nos levar à balsa. Chamamos ele e conseguimos uma comunicação. O atendente pediu para que esperássemos o próximo vôo que a mala chegaria. Tensão. O motorista do resort na bruxa com o horário, eu com minhas coisas, pensei que nunca mais as veria. O voo chegou, a mala não. Resolvemos ir embora, Vamos pro resort, mas vamos como mendigos. Não é justo.

Eu estava desolada. Não acredito. Logo dessa vez??? Tinha preparado uma mala só com coisas lindas pra usar lá. Lembramos que tínhamos umas roupas molhadas e um biquíni na mochila que usamos em Bali. Se tinha um biquíni e tinha as pranchas tava bom. Quem sabe lá tinha alguma coisa pra vender, né?

O nosso "motorista" ficou com um papel da empresa aérea e SE a mala fosse encontrada ele resgataria e levaria para nós no resort. Daqui a uma semana.

Entramos na van e me resignei. Passamos em um hotel pra buscar o restante dos passageiros, todos estavam super descansados e felizes com suas malas, e eu lá com aquele sorriso amarelo.

Fomos levados ao porto e alocados nas cabines do ferryboat. Já vi em alguns programas pessoas que viajam ali com a galera, as bananas, os animais, as baratas. Já pensamos uma vez em fazer essa trip por conta própria. Graças a Deus não fizemos!! É roots, beeeeem, roots!!

imagem da internet

Já as cabines são bem confortáveis. Tem 2 beliches, 4 camas no total, ar condicionado e nos serviram um jantar delicioso que consistia em uma poca de arroz com dois tipo de molhinho (carne e frango com legumes). O marido providenciou duas bintangs com a galera da geral. Estávamos exaustos! Tinha um banheiro no fim do corredor em que poucas pessoas tinham acesso. Tomei um banho de leve e caí na cama. Apesar de ter várias, nós dormimos juntinhos, embalados pelo balanço do ferry.

A viagem durou a noite toda! Acordamos e estávamos chegando ao porto de Sikakap.

Desembarcamos embarcando em outro barquinho menor, o fastboat. Eu vendo a galera com suas malas, triste. Mas já estava resignada. Não veria mais minhas coisas, desapeguei mesmo. Comecei a conversar com a galera, com as meninas, e uma delas iria dar aula de yoga lá. Olhe as coisas melhorando! E elas se solidarizaram comigo e me fariam doações pois estavam indo passar 3 meses no Macaronis Resort.

Fast boat estacionado

Depois de cerca de 2 horas, chegamos ao resort. Fomos recebidos com sorrisos e água de coco e um olá bem brasileiro! Que maravilha ouvir português!!

Havia muitas pessoas no saguão. Algumas esperando nosso barco pra partir e pegar o mesmo ferry que viemos. Outras ficariam. Muitos homens, muitos brasileiros. Tomamos café, fomos chamados para um meeting explicativo sobre tsunamis, animais perigosos, salvamento e regras do resort.

Cheguei à conclusão de que o mais importante é rezar pra não acontecer nada.

Fomos alocados nos nossos quartos e finalmente conseguimos relaxar.

Vista do nosso quarto

O marido saiu correndo pra surfar. E qual foi a minha surpresa ao perceber que dava pra assistir aos surfistas pela tv do quarto ou da área em comum. Que sacada! Nós, que ficamos no resort, podemos fazer o wave check e ver o que tá rolando no outside! (Gostou do meu dialeto surfístico?)

O resort oferece, além da hospedagem simples, porém confortável (não tem chaves, por exemplo, as portas abrem com senhas, o que é interessante pra quem tá na água o dia todo), as três refeições, lanchinhos à tarde, frutas, ding (barquinho) para levar os surfistas até a onda, pranchas para iniciantes, stand up paddle, caiaque, massagens e aulas de yoga (ambas pagas por fora). Bebidas alcoólicas e refrigerantes também são cobrados.

Mas a vista do paraíso, meu amor, isso não tem preço. Bem vindos a Mentawai, bem vindos ao paraíso!

Nossa praia particular - Mentawai
ASSISTA AO VÍDEO DA NOSSA VIAGEM CLICANDO NO LINK INDONÉSIA 2016, À DIREITA!

Nenhum comentário:

Postar um comentário